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Alunos da rede municipal de ensino do Recife começaram a comemorar o Dia do Estudante, celebrado nesta quinta-feira (11), num sarau poético realizado na União Brasileira dos Escritores (UBE), no bairro de Casa Forte, nessa quarta-feira (10). Trinta alunos do 4º e 5º ano da Escola Municipal Isaac Pereira declamaram o poema Trem de Ferro, do poeta recifense Manuel Bandeira, e leram textos produzidos por eles em sala de aula, versando sobre seus sonhos e realidades pessoais. Os textos foram escritos sob orientação da professora Maria Helena Barros, que nessa quarta declamou um cordel escrito por ela mesma, emocionando os presentes.

Além dos alunos e professores da escola e do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores (PMBFL), da Secretaria de Educação do Recife, o sarau contou com a presença de escritores pernambucanos. Chamado de Quarta às Quatro, o evento, que ocorre semanalmente há 13 anos, promove a interação entre arte, cultura e educação. Para Geraldo Ferraz, vice-presidente da UBE, os encontros literários são fundamentais para que se possa conhecer o espaço, sua história e sua importância para a literatura pernambucana. “Encontros como esses fermentam a cultura da leitura e da escrita, e precisamos que as crianças participem desse processo”, afirmou.

Há dez anos, o Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores vem realizando ações de incentivo à leitura e à produção de texto na rede municipal de ensino de Recife, buscando promover atividades diversas dentro e além do espaço escolar. “É importante levar o aluno para fora da sala de aula para que ele compreenda que ler e escrever não é algo tedioso”, defendeu Camila Sarmento, professora da rede e técnica pedagógica do PMBFL.

A educadora Maria do Rosário, também da equipe do Programa, reforça a necessidade do protagonismo da criança que, em momentos como este, se desenvolve sob diferentes aspectos. “Os alunos aprendem sobre o processo de produção e internalização da literatura, e aos poucos, vendo que também podem seguir caminhos iguais aos escritores que leem, se tornam multiplicadores do conhecimento”, afirmou a professora.

Um dos alunos presentes foi Nauã Henrique, 10 anos, do 5º ano. Ele produziu uma redação sobre seu futuro e diz que lê todos os dias, além de sempre tentar escrever. “No meu texto, falei sobre o que sou e o que quero na minha vida. Não quero ser escritor, quero ser médico, mas também posso ser os dois”, concluiu o estudante.