Muros de escola e creche da Prefeitura do Recife são grafitados pela ONG Cores do Amanhã

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ção coletiva de impacto visa combater a violência de gênero e marca o fim do calendário do Outubro Rosa. Foto: Daniel Tavares/PCR

A Escola Municipal do Engenho do Meio e a Creche Municipal Waldir Savluschinske, da Prefeitura do Recife, foram grafitadas, na quinta (27) e sexta (28), pela ONG Cores do Amanhã, que é parceira da Secretaria Municipal de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Através do projeto Cores Femininas, o grupo de grafiteiras e artistas urbanas da ONG promoveu essa ação coletiva de impacto na Rua Bom Pastor como forma de alerta à violência contra a mulher, prevenção às drogas e reflexão para os alunos e demais moradores do Engenho do Meio. 

A preocupação da Cores do Amanhã também passa pelo alerta da prevenção e luta contra o câncer de mama no mês do Outubro Rosa. Com o lema “#JuntasSomosMaisfortes Pelo Fim da Violência Contras as Mulheres", a sexta edição do Cores Femininas reuniu artistas pernambucanas e de outros estados do Brasil, além de grafiteiras da Argentina, Itália e outros países, que se inscreveram via internet para participar da ação.

As unidades de ensino foram escolhidas como muro oficial do Cores Femininas 2016 por estarem localizados em frente à Colônia Penal Feminina do Recife, antigo Bom Pastor. A ideia da ONG é deixar uma mensagem tanto para os familiares que passam semanalmente pela penitenciária como provocar a reflexão na comunidade e dos estudantes sobre a importância de se respeitar a mulher.

"Em agosto, a ONG procurou a escola e decidimos incluir a ação no calendário deste mês por causa do Outubro Rosa, já que o mote do projeto Cores Femininas é dar um basta na violência contra a mulher. Além disso, não queremos fomentar mentes alienadas que só queiram reproduzir arte ou desenhos. Queremos que nossos alunos entendam a arte como forma de reflexão social. Foi muito importante as crianças observarem as grafiteiras em ação, interferirem no processo, questionarem e refletirem sobre os temas abordados nos desenhos", opina a professora Bianca Magliano, diretora da Escola Municipal do Engenho do Meio.

A coordenadora da ONG, Jouse Barata, explica que, dentre outros aspectos que abrangem o projeto, o intuito do grafite é a luta por direitos iguais. "Queremos dialogar com a sociedade, pois a violência contra a mulher é inaceitável. É muito bom saber que as crianças estão começando a ver o tratamento dado a mulher de forma diferente. Através desses grafites, trazemos uma nova forma de aprendizado pelo fim da violência de gênero", avalia.

Alunas do 5º ano da Escola Municipal Engenho do Meio, Ellen, Lorena e Thamires acompanharam as grafitagens e prestaram atenção em cada traço elaborado. Segundo as estudantes, foi importante observar a criatividade e a emoção do grupo. Para Thamires Gabriela, o grafite tem uma importância urbanística. "Além de você expressar seus sentimentos, a cidade fica mais bonita e menos pichada".

Para Vânia Oliveira, professora da escola, é importante trabalhar esse olhar mais crítico da sociedade com os estudantes a partir das manifestações artísticas. "Os alunos passaram a questionar e refletir mais. E daí vem a necessidade de a gente trabalhar o respeito pela mulher, que não pode ser agredida e que, independente da idade, merece respeito".