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A Escola Municipal Célia Arraes, na Várzea, recebeu, nesta sexta a feira (22), o Festival Circo Preto – Negritude no Centro do Picadeiro, uma ação que tem como objetivo marcar um momento especial: o primeiro ano em que o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, é reconhecido como feriado nacional.

Com uma programação repleta de espetáculos gratuitos, o Festival Circo Preto transformou a escola em um picadeiro com a apresentação do Palhaço Bam Bam, da Paraíba, com o espetáculo “Arara Azul”, que foi marcado pela criatividade e interatividade, conquistando as crianças com malabarismos e piadas que provocaram gargalhadas na plateia.

“Tô achando maravilhoso, essa é a primeira vez que assisto uma apresentação, estou achando muito engraçado", disse a estudante do 3º ano, Monalisa Maria. O pequeno José Richard participou das brincadeiras e se divertiu bastante. “Foi muito massa ajudar o palhaço, eu nunca tinha visto um palhaço tão de pertinho”, falou o estudante.

A iniciativa, que acontece pela primeira vez em unidades de ensino, promove apresentações que misturam diversão, arte e reflexão sobre a ancestralidade, fortalecendo o diálogo cultural com estudantes e comunidades.

Criador do Festival Circo Preto, Flávio Santana falou sobre a importância dessa iniciativa. “Esse festival vem para valorizar e fortalecer a cultura afro brasileira e a arte circense, é mais um espaço para o artista negro entrar como protagonista e estar à frente do palco, ocupando os espaços públicos. Estar trazendo a nossa arte para dentro das escolas é um momento ímpar, e mostrar a arte para essas crianças é motivador. Queremos mostrar que a arte é necessária, assim como a educação”, disse. 

Com apoio da Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife e Prefeitura do Recife, através do Sistema de Incentivo à Cultura, o evento reúne artistas de Pernambuco, Paraíba e Minas Gerais. 

"Para nós, da Escola Municipal Célia Arraes, esse tema é fundamental, pois lidamos com ele diariamente. Muitas crianças já chegam impactadas por preconceitos, e nós, adultos, também enfrentamos situações constrangedoras. Receber uma ação como essa, vinda do circo, complementa o trabalho da rede e transforma o aprendizado em algo leve e divertido. Estamos muito felizes e animados para participar desse evento”, ressaltou a gestora da unidade, Ana Beatriz da Silva.

Também nesta sexta, a Escola Santa Edwiges, em Afogados, recebeu a Trupe Circuluz e a palhaça Keke Kerubina, que trouxe o espetáculo “Círculo Brincadeira”. O Festival Circo Preto não se limita às escolas: no fim de semana, a programação segue em espaços culturais, ampliando o alcance da celebração. O evento busca não apenas proporcionar momentos de lazer, mas também fomentar a valorização da negritude e formar novas plateias para as artes cênicas.