De participante a inspiração: conheça a história de Maria Eduarda Oliveira na OBR

imagem de Guilherme Vila Nova
Jovem se apaixonou por tecnologia quando ainda era estudante da Rede Municipal do Recife. Foto: Concape Eventos

Inspiração: ato ou efeito de inspirar-se ou inspirar. Esta é a definição para o substantivo feminino no dicionário, mas também pode retratar perfeitamente a trajetória de Maria Eduarda Oliveira na robótica. Duda marcou presença, nesta quinta-feira (25), na etapa Pernambuco da Olimpíada Brasileira de Robótica, realizada na Escola Municipal da Mangabeira, no Recife. Nenhuma novidade para a menina prodígio da competição, com a diferença de que, ao invés de competidora, ela assumiu o papel de palestrante e incentivadora para a nova geração recifense. 

Hoje com 19 anos, Duda iniciou na robótica aos 13, quando era estudante da Escola Municipal Doutor Rodolfo Aureliano, na Várzea. Foi lá onde ela ficou cara a cara pela primeira vez com um robô e se apaixonou pela área. “Quando entrei na escola, busquei algo para fazer no meu pós-horário. Foi quando fiquei sabendo das aulas de robótica e me interessei”, explicou a jovem.

A partir daí, participando do ‘Programa Robótica na Escola’, da Prefeitura do Recife, tudo mudou. A pernambucana despontou na modalidade e, entre campeonatos estaduais, regionais e nacionais, participou de competições mundiais em países como Alemanha e Japão, já no primeiro ano em que iniciou na modalidade. “Todos os custos da nossa viagem foram pagos pela Prefeitura do Recife, assim como o apoio com os materiais que precisávamos. Foi o maior suporte que já vi da Rede Pública. A robótica me proporcionou mudar de perspectiva e realidade, o que dificilmente aconteceria se não fosse pelo projeto da rede municipal”, destacou a estudante, que atualmente cursa Licenciatura em Computador na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), além de fazer parte da startup Oxente Software House e trabalhar no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) como professora estagiária de programação. 

“Nunca na minha vida pensei em trabalhar com tecnologia. Dizia que ia fazer medicina quando era criança. Hoje em dia não me vejo fazendo outra coisa. Foi a porta que a escola municipal abriu para a robótica que me encaminhou para a profissão que exerço hoje”, detalhou ela, que não deixou de citar a felicidade em estar percebendo como as mulheres estão se destacando no cenário tecnológico. “Já era a hora, porque a tecnologia iniciou por mulheres. Sempre estivemos à frente da área e agora estamos retomando o nosso espaço e nosso lugar. Estamos unidas e inspiradas para isso acontecer”, celebrou.

Como experiência própria, Duda deixa para os estudantes que participam atualmente do projeto e estão iniciando nas competições de robótica um conselho importante: “Divirtam-se. A robótica é muito mais do que aprendizado. Estudar é muito importante, claro, mas também é importante viver intensamente essa fase. O que a gente vivencia fica para sempre na memória.”

REENCONTRO

De volta às arenas para prestigiar os novos estudantes e motivar aqueles que, assim como ela já sonhou, idealizam trabalhar na área, a jovem contou com um encontro bastante especial. Sid Espíndola foi o primeiro professor de robótica de Duda e estava no local com outras equipes disputando a competição. 

“Já tive sete gerações de estudantes de robótica e a geração de Duda foi um espelho para outros alunos, tanto da escola dela como de outras unidades. Todo mundo queria ser ela, principalmente as meninas”, afirmou Sid, que complementou “Ela é uma referência e um exemplo a ser seguido. Hoje vejo uma mulher se realizando na tecnologia e já colhendo os frutos do que plantou na escola. Os estudantes podem se espelhar nesse caminho”, encerrou. 

ROBÓTICA NA ESCOLA 

O Programa ‘Robótica na Escola’, da Prefeitura do Recife, contempla a iniciação à programação em robótica nas escolas públicas municipais da cidade. Através dele, os estudantes atuam na construção de protótipos e na programação de robôs diante de uma combinação de blocos de encaixe e o uso de um software para programação, o que envolve a compreensão de conteúdos básicos de matemática e física.

A Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Projetos, Tecnologia e Inovação, vem investindo em tecnologias móveis e kits de robótica, além de formações, oficinas e clubes nas escolas que promovam estes espaços interativos, integradores e colaborativos de programação, como a plataforma do Scratch, que promove espaços de computação criativa.