Culminância do projeto Estudante Protagonista reúne cerca de 300 alunos no Cine Teatro Apolo

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O subtema trabalhado nas unidades de ensino no mês de agosto foi “Mapeando o Território Revolucionário” Foto: Karolina Ferraz/Detec
O cine teatro Apolo, no Bairro do Recife, foi palco, na tarde desta quinta-feira (17), das apresentações culturais do mês de agosto do projeto “Estudante Protagonista” realizado desde o ano passado pela Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife. Durante os últimos dias, alunos, professores e coordenadores de 12 escolas de Anos Iniciais, Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos (EJA) trabalharam o subtema “Mapeando o Território Revolucionário”, dentro das ações do tema do ano letivo de 2017 “Duzentos anos da Revolução Pernambucana: Recife em cena da Cultura Popular”.
 
Segundo a chefe da Divisão de Educação Infantil, Mônica Villar, o projeto tem por objetivo incentivar a participação dos estudantes na construção do conhecimento por intermédio da música, dança e teatro. “Com isso, nos valorizamos a autonomia, possibilitando que eles produzam, junto com os educadores da rede, todas as ações pedagógicas do cotidiano escolar”, acrescentou a chefe da Divisão de Anos Iniciais, Manoela Santos.
 
Pelo entusiasmo demonstrado pelos alunos durante as apresentações no Teatro Apolo, a iniciativa vem dando bons resultados. Um bom exemplo foi dado pelos estudantes da Escola Municipal Mércia de Albuquerque Ferreira, da Ilha do Retiro. Eles levaram para o palco o recital poético “A Revolução Sim”, contando a história dos escravos no Brasil, desde as viagens sub-humanas nos navios negreiros até a libertação em 1888, com a Lei Áurea. Para isso, eles utilizaram como mote o poema Navio Negreiro, do poeta baiano Castro Alves.
 
“Em sala de aula e em pesquisas, nossos alunos se aprofundaram no tema e resolveram mostrar aqui o que aprenderam. Estou muito orgulhosa de todos”, ressaltou a gestora da escola, Renata Figueiredo. Já Gabriel Kawan, de 11 anos, disse que gostou muito de participar do recital. “Aprendi muito sobre a história de Pernambuco e do Brasil. A melhor parte foi quando quebramos as correntes e ficamos livres”, frisou. Grasielle Almeida, também de 11 anos, achou tudo muito legal, “principalmente no final, quando participamos juntos de uma roda de capoeira”.
 
Outro destaque da culminância foi a dramatização do hino de Pernambuco, que reuniu estudantes das escolas André de Melo (Estância), Miguel Arraes (Areias), Boa Esperança (Vasco da Gama) e Municipal Santo Amaro. No caso da Escola Santo Amaro, os estudantes deram uma lição de respeito e amizade aos colegas surdos, ao interpretarem o hino do estado na Língua Brasileira de Sinais – Libras. Para isso, eles contaram com o apoio do professor de música, Carlinhos Lua, que deu aulas de Libras para os estudantes.
 
A gestora da Escola, Disciola Alves, ficou entusiasmada com a iniciativa. “Colocar alunos ouvintes para aprenderem Libras acabou contribuindo para que os demais estudantes passassem a ter mais respeito por todos os outros coleguinhas especiais, pois temos matriculados também cadeirantes, autistas, com baixa visão e com Síndrome de Down”, explicou.
 
Uma das meninas que teve acesso a língua de sinais foi Beatriz Ferreira, de 11 anos. Ela conta que gostou muito de participar do evento. “Eu acho importante poder se comunicar melhor com as pessoas que não são como nós, como os coleguinhas com deficiência. Isso os ajuda a participarem das atividades em sala de aula com menos dificuldade. Em minha opinião, todos são iguais e merecem as mesmas oportunidades”, disse com convicção. Além de música e recital, a culminância contou com apresentações de dança, teatro de bonecos e leituras dramatizadas.
Fotos: Karolina Ferraz/PCR